As Grandes Artérias do Porto: Praça da Ribeira
Esta praça foi renovada no século XVIII, tendo sido o seu projecto de reestruturação da autoria de João de Almada e Melo, o grande reformador urbanístico da cidade e governador das Armas do Porto (grande cargo militar na antiga monarquia portuguesa). Este projecto foi um dos mais arrojados na história arquitectónica do nosso país, estando nos planos do arquitecto dar à praça uma configuração semelhante, embora de menores dimensões, à da Praça do Comércio, de Lisboa, construída na mesma época pelo marquês de Pombal, primo de João de Almada, seguindo-se a abertura da Rua de S. João, para ligar a zona ribeirinha ao largo de S. Domingos e, daqui, à parte alta da cidade (dada a sua localização perto do rio).

A praça projectada era de planta rectangular, simétrica, fechada a Este, a Sul e a Poente por construções em arcada e, aberta apenas a Norte pelas ruas de S. João e dos Mercadores, sendo também de arcada o prédio entre estas ruas. A Sul, a Praça seria fechada pela Muralha Fernandina, sendo aberta interiormente por uma série de nove arcos, mas tapados pelo lado do rio pela parede da muralha, à excepção do último, à direita, onde se situava a Porta da Ribeira, para dar acesso ao cais e à já extinta Ponte das Barcas.
No centro da praça, seria construído um chafariz arquitectonicamente enquadrado nas construções do conjunto. Inicialmente, não estava prevista a construção da fonte monumental na fachada do prédio do topo norte da praça; mas, em 1784, dois anos antes da morte de João de Almada, essa fonte já estava em construção, em vez das arcadas previstas para o prédio que liga as duas ruas, tendo esta sido restaurada em 1940. Porém, a realização total do projecto foi impedida, pelo que este ainda começou a ser concretizado, já que em 1821, com a demolição do pano da muralha fernandina na Ribeira, ficando a praça completamente alterada, sendo ladeada por construções sem qualquer articulação de conjunto tal como hoje a praça se apresenta.

Devido a todas estas circunstâncias, o Porto perdeu a sua réplica do Terreiro do Paço e os portuenses perderam uma continuada varanda sobre o rio. Em 1940, no âmbito das obras planeadas pelo ministro Duarte Pacheco para a marginal do Douro desde a Ponte D. Luís até à Foz, o arquitecto Ricca Gonçalves chegou a elaborar um estudo para um novo arranjo da Praça da Ribeira. Segundo esse projecto, o traçado da estrada marginal seria deslocado para o lado do rio e ficaria, assim, assente num suporte em arcada, projectando-se também um varandim em consola sobre o rio. Ainda neste estudo, o interior da Praça da Ribeira formaria uma unidade arquitectónica em que a fonte seria o elemento central. Porém, este projecto voltou a ser impedido de realizar! A Praça da Ribeira é uma das mais antigas do Porto. Situada no coração da antiga cidade e bem no centro da actividade comercial desenvolvida à volta do rio, era natural que esta praça merecesse, desde sempre, as atenções dos responsáveis pela urbanização da cidade.Hoje em dia, esta praça é um dos principais postais de visita da cidade, sendo todos os estabelecimentos comerciais circundantes a esta praça da área da restauração e da hotelaria. Para além disso, este é o sítio de concentração popular nas alturas da festa de S. João e nas celebrações de passagem de ano. Por fim é de salientar que o DJ Tiesto, considerado um dos melhores DJ’s do mundo, actuou nesta praça, no “Sagres Porto Festival”. Esta actuação começou às 19:00h e acabou às 6:00h e juntou milhares de pessoas.

























