quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Desporto no Porto - Hóquei em Patins

O Hóquei em Patins, uma das modalidades mais acarinhadas pelos sócios portistas, começou no Futebol Clube do Porto no ano de 1955.
Apresenta um palmarés invejável, tanto no âmbito nacional como europeu: começou a sua saga de títulos na época 81/82, com a conquista da Taça dos Vencedores das Taças e desde então não tem parado de coleccionar vitórias.



Também ao nível das selecções nacionais, o FC.Porto tem dado o seu contributo com atletas convocados nos mais diversos escalões. Campeonatos do Mundo e da Europa de Nações pontificam na galeria de troféus da representação máxima da modalidade: jogadores como Vítor Hugo, Frankelim, Tó Neves, Realista e António Alves defenderam por inúmeras vezes as cores nacionais, alcançando por mérito próprio o estatuto de internacionais e provando a qualidade da formação em Hóquei em Patins do Futebol Clube do Porto.

Igreja da Lapa

Erguida no monte de Germalde em Janeiro de 1755 a capela inicial era de pequenas dimensões. Nela era guardada a imagem de Nossa Senhora da Lapa e aqui vinham muitos penitentes sendo este o motivo pelo qual passou a chamar-se Capela de Nossa Senhora da Lapa das Confissões. A planta do templo actual, em estilo Neoclassico demonstra a proliferação de colunas e frontões, começou a ser executada em meados de 178... ficando concluída a escadaria em 1826. No entanto a torre do lado poente concluiu-se em 1855 e a outra em 1863.
A singularidade deste templo reside no facto de nele estar guardado o coração de D. Pedro I, Imperador do Brasil que o doou ao povo portuense como prova de afeição e reconhecimento.



O túmulo que guarda tal relicário apresenta num lado a bandeira de Portugal e no outro lado a do Brasil ostentando ainda na parte superior as armas aspadas do Duque de Bragança . O coração do Imperador e Rei de Portugal( D. Pedro IV) está cuidadosamente guardado num vaso de prata dourada gravado com duas inscrições, sendo a primeira em latim e a segunda em português. Das quais se transcreve:
« D. Pedro, Duque de Bragança, fundador da liberdade pública, seu doador e vingador havendo, por impulso da Divindade e com a sua grandeza de alma, aportado às praias do Porto e tendo ali, com o seu exercito e pela grande e quase incrível ajuda que lhe prestaram os Portuenses, vingando ao mesmo tempo e com justas armas, a Portugal, tanto de tirano que o oprimia como de toda a sua facção, elegendo o Duque, por isto mesmo, e ainda em vida, aquele lugar onde tão magnanimamente expôs a própria vida pela Pátria, para nela, depois da morte descansar o seu Coração, Amélia Augusta, amantíssima consorte do Duque, querendo, de boa vontade, cumprir o voto de seu Esposo, colocou, reverentemente, nesta urna, os despojos mortais do Coração de seu marido.»



A inscrição em português reporta-se a uma proclamação dirigida por D. Pedro IV ao povo Portuense, aquando da sua visita à Invicta em 1834:
«...Eu me felicito a mim mesmo por me ver no teatro da minha glória, no meio dos meus amigos Portuenses, daqueles a quem devo, pelos auxílios que me prestaram durante o memorável sitio, o nome que adquiri, e que honrado, deixarei em herança aos meus filhos.»

Desporto no Porto - O Basquetebol

Após a sua refundação em 1906 (refundação porque o clube contava já com uma primeira e breve existência no século XIX), no Futebol Clube do Porto praticava-se futebol, atletismo, boxe, cricket, halterofilismo, pólo aquático e natação, nessa altura, o basquetebol não era sequer conhecido em Portugal. A introdução da modalidade em Portugal deu-se em 1913, e treze anos depois um grupo de sócios portistas resolveu criar no clube uma equipa de basquetebol. António Sanches, António Marta e Daniel Barbosa foram os impulsionadores da ideia, tendo-se-lhes juntado Gabriel Batista e A. Cabral para completar a equipa. O segundo lugar na Taça António Cardoso garantido logo na primeira época entusiasma a comunidade, que forma de imediato outras quatro equipas de basquetebol. Os basquetebolistas do FC Porto treinavam num campo ao ar livre incluído no complexo da Constituição.
A par de clubes como o Académico, o Fluvial ou o Estrela e Vigorosa Sport, o FC Porto contribuiu para fazer da cidade do Porto a grande força motora do basquetebol em Portugal, primeiro com a fundação da Associação de Basquetebol do Porto, a primeira no país, em 1926, e depois com a criação, no Porto, da Federação Portuguesa de Basquetebol, em 1927.




As décadas de trinta e quarenta não foram recheadas em títulos para a secção de basquetebol do FC Porto, mas ainda assim a prática da modalidade foi-se solidificando num clube que se mostrava cada vez mais eclético. Em 1940 o FC Porto jogava já num recinto coberto e iluminado, na Avenida dos Aliados. Os frutos vieram no final da década: em 1947/48 e 1949/50 o FC Porto foi campeão nacional da segunda divisão e duas épocas depois foi bicampeão nacional da primeira divisão, em 1951/52 e 1952/53.
A maior lenda do basquetebol portista chega no início da década de setenta. O seu nome é Dale Dover e fora um dos mais importantes jogadores da Universidade de Harvard nos anos anteriores. Com Dover como jogador-treinador, o FC Porto reconquista o título nacional 19 anos depois. Nesta altura, o Porto jogava em casa emprestada, no Pavilhão Rosa Mota ou no pavilhão do Futebol Clube de Gaia, tendo passado a actuar no complexo das Antas quando foi concluída a construção do Pavilhão Américo de Sá. No final da mesma década, por iniciativa de Matos Pacheco (dirigente do basquetebol do FC Porto desde o início dos anos cinquenta) e Jorge Araújo, dá-se a profissionalização. A mudança é notória até mesmo no palmarés: há claramente um "antes" e um "depois" da profissionalização.

O ano de 1995 marca uma viragem crucial no basquetebol português. É nesse ano que a Liga de Clubes de Basquetebol, fundada seis anos antes, organiza a primeira liga profissional. O basquetebol do FC Porto associa-se a um patrocinador, na altura a UBP (passando a ser designado FC Porto UBP), e entra com o pé direito na era do basquetebol profissional, vencendo as duas primeiras edições da liga. Sensivelmente na mesma altura, a equipa muda-se para o Pavilhão Rosa Mota, onde disporia de melhores condições de trabalho. Em 1997 é criada a FC Porto, Basquetebol, SAD, a par da FC Porto, Futebol, SAD. Jorge Nuno Pinto da Costa acumula a presidência das duas SAD’s e do clube, enquanto Fernando Gomes é o principal administrador.

A associação com a UBP dura apenas uma época; nas quatro épocas seguintes, o FC Porto é patrocinado pela Câmara Municipal da Maia e pelo Banco Mello (passando a chamar-se Porto Maia Banco Mello) e em 2000/01 o nome da equipa é FC Porto Multitema. Em 2001/02 o clube associa-se à Ferpinta, grupo empresarial português ligado à metalomecânica, à agro-pecuária e ao turismo, passando a utilizar a designação que ainda hoje vigora: FC Porto Ferpinta. Ainda que a nível nacional o FC Porto se encontre entre os melhores e seja sempre candidato ao título em todas as competições, o seu desempenho a nível internacional é modesto, reflexo da posição do basquetebol português face às restantes federações europeias e mundiais. As suas melhores prestações europeias sucederam em 1997 e 2000, anos em que atingiu os quartos-de-final da Taça Saporta (em 1997 ainda designada Taça da Europa de Clubes), uma espécie de Taça das Taças de basquetebol.

Desporto no Porto - O Andebol

Em Portugal, o andebol de onze começou a ser praticado na cidade do Porto, onde foi introduzido nos finais de 1929 pelo desportista alemão Armando Tshopp. A primeira apresentação oficial de um jogo de andebol teve lugar em 31 de Janeiro de 1931, no Porto, e ainda nesse ano foi formada a Associação de Andebol de Lisboa, seguida, em 1932, pela Associação de Andebol do Porto.
O andebol de sete foi introduzido em Portugal em 1949, por outro alemão, Henrique Feist. O primeiro torneio oficial da nova modalidade foi organizado por Feist na vila de Cascais no Verão de 1949.
A crescente popularidade do andebol de sete, tanto no nosso país como internacionalmente, levou à gradual extinção do andebol de onze, que desde há alguns anos deixou completamente de se praticar, sendo praticado apenas o andebol de sete.



O Futebol Clube do Porto é a equipa portuguesa que já conquistou mais títulos no conjunto de todos os escalões, tem cerca de 92 títulos:
- Em Andebol de 7 já ganhou em Seniores 13 Campeonatos Nacionais, 7 Taças de Portugal, 2 Taças da Liga, 4 Supertaças Nacionais, em Juniores 15 Campeonatos Nacionais, 3 Taças de Portugal em Juvenis 6 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal em Iniciados 1 Campeonato Nacional.
- No Andebol de 11 o Porto conquistou em Seniores 29 Campeonatos Nacionais e em Juniores ganhou 10 Campeonatos Nacionais.

Desporto no Porto - O Futebol

O futebol surgiu na cidade do Porto quando foi fundado o FC Porto, no dia 28 de Setembro de 1893. O seu “descobridor” foi um comerciante de vinho do porto, Nicolau d’Almeida, que, numa das suas viagens a Inglaterra descobriu o futebol. A fundação surgiu com o nome de Foot-ball Club do Porto e foi notícia nos jornais da época, o invento de maior importância deste clube foi uma partida com o Club Lisbonense, patrocinado pelo Rei D. Carlos, a partida foi realizada no Porto, dia 2 de Março de 1894, o Foot-ball Club do Porto representando a cidade “Invicta” e o Club Lisbonense representando Lisboa. Mas, poucos dias depois da partida ouvir-se-ia falar do FC Porto pela ultima vez no século XIX, pois a mulher de António Nicolau d’Almeida considerando a modalidade demasiado violenta, pediu que este se afastasse do clube, e Nicolau d’Almeida, assim o fez, deixando o clube entrar num período de letargia.



No ano de 1906, José Monteiro da Costa regressou de Inglaterra, fascinado pelo futebol, a mesma modalidade que havia atraído o seu amigo há mais de uma década atrás e, como o anterior, decidiu criar uma equipa. Foi nessa altura que António Nicolau d’Almeida lhe falou do projecto que começara em 1893, sem hesitar, José Monteiro da Costa agarrou a oportunidade. José Monteiro da Costa era membro de uma associação de nome, Grupo do Destino, e sugeriu aos seus colegas que entrassem com ele neste projecto, a maioria aceitou. Era o fim do Grupo do Destino e o renascimento do FC Porto, em Agosto de 1906, no mesmo clube também se praticava atletismo, boxe, cricket, halterofilismo, pólo aquático e natação.
O seu primeiro campo chama-se Campo da Rua da Rainha que, também foi o primeiro relvado de Portugal, o FC Porto, não só foi o primeiro clube a receber uma equipa estrangeira, o Real Fortuna de Vigo, como também a primeira equipa a deslocar-se ao estrangeiro, a Vigo, em 1908. O primeiro título oficial desta equipa foi ganho em 1912, a Taça José Monteiro da Costa, o campeonato do Norte, fundado em honra do fundador do FC Porto.
Em 1912, a equipa mudou de estádio, mudando-se para o Campo da Constituição, com grandes melhorias em termos de instalações. O Porto estava a crescer a nível desportivo, tendo vencido a primeira prova a nível nacional em Portugal, o Campeonato Nacional de 1922. O constante aumento de sócios do FC Porto, abriu as portas a novas modalidades no clube, ginástica em 1910, basquetebol e hóquei em campo em 1926, rugby em 1928, andebol de onze em 1932 e ténis de mesa em 1937.

Em meados dos anos trinta, o clube tinha-se expandido tanto que necessitava de um estádio de maiores dimensões, começaram então os planos de um novo estádio, como este iria demorar década e meia a surgir, o FC Porto, precisou de jogar nalguns campos emprestados, tais como o Ameal (do Sport Progresso) e o estádio do Lima (do Académico).
Em 1945, devido ao alargamento do clube aos 8.000 sócios, o clube teve possibilidades de incorporar o bilhar e pesca desportiva em 1940, voleibol em 1943, ciclismo em 1945, campismo em 1951 e hóquei em patins em 1955. Em 1952, o tão esperado estádio foi inaugurado, de nome de Estádio do Futebol Clube do Porto, mais tarde rebaptizado de Estádio das Antas. No início, era apenas um estádio, mas, ao longo dos anos acabou por se revelar um complexo desportivo, com a construção de uma piscina, dois pavilhões e outras instalações essenciais à prática das várias modalidades do clube.



O bom período que permitiu a quebra do jejum em 1956 (e logo com uma dobradinha, a primeira) e a conquista do título de 1959 foi sol de pouca dura para o futebol portista, avizinhava-se novo período negro, desta vez de 18 épocas. Mais uma vez, foram sobretudo o andebol (de onze e agora também de sete) e o ciclismo a trazer alegrias aos adeptos. Nos anos 60 a actividade foi alargada aos desportos motorizados em 1960 e ao xadrez em 1967. Entretanto, em 2002 havia sido inaugurado o Centro de Treinos e Formação Desportiva Porto Gaia, pela Fundação Porto Gaia (criada pelo FC Porto e pela Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia), e em 2003, o Estádio do Dragão, da responsabilidade de mais uma empresa do grupo FC Porto, a Porto estádio.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Grandes eventos, muita animação

Uma das grandes facetas da cidade do Porto é, sem dúvida, a sua animação, principalmente nocturna; desde grandes festas em discotecas ou no Cais de Gaia, até mesmo à mais tradicional festa de entretenimento da invicta: o São João. A cidade, e quem aqui vive sabe muito bem disso, torna-se num verdadeiro ponto de encontro para qualquer pessoa se divertir e relaxar, e até mesmo para jantar uma boa Francesinha ou umas Tripas à Moda do Porto com todos os amigos à mesa.



Em mais nenhum lado as noites de 24 de Junho se animam tanto como na capital do Norte de Portugal, pois o verdadeiro São João é na cidade do Porto que ganha vida, com fogo-de-artifício à beira-rio e grandes marteladas pelas ruas fora: afinal de contas, ninguém leva mal! Sem dúvida uma cidade com muito espírito de animação.
E este ano, um novo “adereço” foi adicionado à cidade, pronto para iluminar as noites dos portuenses até à noite de Natal; trata-se nada mais, nada menos do que a maior árvore de Natal da Europa, que este ano se mudou da capital, Lisboa, para a cidade invicta; muitos afirmam com toda a certeza que Lisboa “reanimou” com esta grande árvore natalícia, e é um facto que, cá no Porto, a árvore tem tido muitos visitantes desde a sua iluminação no dia 18 de Novembro.



É sem dúvida de salientar o lado de entretenimento (para todas as pessoas e idades) que a cidade tem para oferecer; quer o nosso objectivo seja conhecer um pouco mais da cultura da cidade (visitando reconhecidos museus e exposições denotadas a nível nacional) quer queiramos apenas descontrair com os amigos numa esplanada com vista para o Rio Douro, o Porto é com certeza uma cidade a não perder.

Grandes Artérias da Cidade: Rua Sá da Bandeira

A Rua de Sá da Bandeira é uma das principais ruas da freguesia de Santo Ildefonso. A rua é denominada assim em homenagem a Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, figura proeminente das Guerras Liberais, mais propriamente do Cerco do Porto e que viria a ser um dos políticos portugueses mais importantes de sempre, tendo sido várias vezes primeiro-ministro e líder de dois partidos políticos, o Partido Histórico e o Partido Reformista (foi fundador deste partido). Esta praça está compreendida entre a rua 31 de Janeiro e a Rua Gonçalo Cristóvão, tendo 875 metros de extensão.



Decorações natalícias da Rua Sá da Bandeira

A rua de Sá da Bandeira foi aberta em 1836, nos antigos terrenos que pertenciam à abandonada cerca dos padres Congregados, que fugiram do Porto quando D. Pedro entrou na cidade à frente do Exército Libertador, exército liberal que batalhou na Guerra Civil de Portugal.

A intenção da Câmara Municipal, ao rasgar esta nova artéria, foi a de estabelecer uma ligação rápida e directa entre a Praça de D. Pedro (Praça da Liberdade) e a Rua do Bonjardim. As obras começaram em 1836 mas só em 1843 se começaram a construir casas. Em 1875 a Câmara Municipal deliberou arrasar a Viela da Neta e fazer o prolongamento da Rua de Sá da Bandeira para o Norte; um ano depois começou o rompimento da rua que iria prolongar o troço já existente até à Rua Formosa; mais tarde, em 1904 começaram as obras para continuidade da Rua de Sá da Bandeira até à Rua de Fernandes Tomás.

Grandes Artérias da Cidade: Praça Carlos Alberto

A Praça de Carlos Alberto fica situada na freguesia da Vitória. A praça tem cerca de 600 anos e é resultante da bifurcação das velhas estradas que saíam da Porta do Olival das Muralhas Fernandinas e que se dirigiam a Braga e a Guimarães. Inicialmente, segundo documentos do século XVII, esta praça era denominada de Largo dos Ferradores. Actualmente esta praça é chamada de Praça de Carlos Alberto em homenagem ao rei de Piemonte e da Sardenha, que se refugiou nesta mesma praça após a derrota na Batalha de Novara.


Praça Carlos Alberto

Na Praça de Carlos Alberto encontramos um dos hospitais mais antigos desta belíssima cidade: o Hospital do Carmo, popularmente chamada de Ordem do Carmo por pertencer à Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo. Falando de obras notáveis, é importante falar também do palacete setecentista dos Viscondes de Balsemão, que foi o local dos primeiros aposentos do Rei Carlos Alberto. Porém, o rei Carlos Alberto acabou por falecer três meses depois de ter chegado ao Porto, na Quinta da Macieirinha, onde está localizado o actual Museu Romântico. Neste arruamento realizou-se, durante muitos anos, a feira dos criados de lavoura e das criadas de servir, feira que servia para que as gentes do campo fossem contratadas por grandes senhores do Porto.

Esta praça encontra-se cheia de factos importantíssimos para contar como o facto de a 9 de Abril de 1928, foi aqui inaugurado o ”Monumento aos Mortos da Grande Guerra”, de autoria de Henrique Moreira; no dia 14 de Maio de 1958, cerca de 200 mil pessoas esperaram o general Humberto Delgado, candidato à presidência da república, na Estação de São Bento, acompanharam-no até à sua sede de candidatura, nesta praça e que depois ouviram-no dizer "O meu coração ficará no Porto!".



O General Humberto Delgado no seu discurso célebre do dia 14 de Maio de 1958

Integrada nas obras empreendidas pela sociedade Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana, a Praça de Carlos Alberto encontra-se agora a ser reabilitada, de modo a cativar os portuenses a fazer compras na Baixa do Porto.
Em conclusão, esta praça até ao final do século XX foi um local de emoções e de sentimentos fortes; a partir da data anteriormente dita, a “Carlos Alberto”, quase que foi abandonada pelos portuenses. Há que agir para quebrar este abandono!!!

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Um Porto cada vez mais antigo

Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto”. Estas são as palavras gravadas no brasão da cidade; todas elas têm (ou tiveram, há algum tempo) um significado muito especial e particular. Contudo, nos dias que correm, um destes quatro adjectivos sem dúvida tem maior expressão visual na cidade: Antiga.
A verdade é que, ao longo dos tempos, com o passar dos anos e com novas zonas urbanas à volta da Invicta (Vila Nova de Gaia, Matosinhos, etc – Zona do Grande Porto) muitos portuenses cujas famílias viveram toda a sua vida no Porto, têm literalmente deixado a cidade, muito devido ao facto de Municípios como Gaia ou Matosinhos, mais novos e actuais, oferecerem melhores centros urbanos para habitação. A população portuense tem vindo a decrescer bastante, tendo as pessoas optado principalmente pelos dois municípios acima referidos, para local de habitação e planeamento familiar.



Tudo isto tem contribuído para um maior envelhecimento da cidade, e o facto de serem os mais novos quem se decide a continuar a sua vida noutras cidades, faz com que muitos dos habitantes actuais da cidade do Porto sejam já idosos e adultos de idade avançada.
Ao serem expostos todos estes factos, é inquestionável que a cidade esteja cada vez mais velha, mas para quem a visita (principalmente para quem visita as zonas históricas da cidade) um outro aspecto que salta muitas vezes à vista é a degradação de casas (que muitas vezes são de interesse cultural) e mesmo monumentos em algumas ruas e praças da zona histórica portuense. Um dos grandes exemplos disso mesmo é, sem dúvida, a Rua Mouzinho da Silveira; esta rua é uma das mais conhecidas da cidade (que liga a Avenida dos Aliados até bastante próximo da Ribeira). Apenas a título de curiosidade, é uma das casas da versão portuguesa do Monopólio. Contudo, actualmente, esta rua prima não pela sua importância, mas sim por ser uma das ruas mais desgastadas a até mesmo estragadas do Porto, grande parte desse desgaste devido ao abandono de muitas das casas que a compõem.

Espera-se que as medidas tomadas pela Câmara Municipal do Porto venham a surtir efeito (nomeadamente para reabilitação da baixa da cidade) mas até lá, a capital do Norte de Portugal continuará a envelhecer.

Câmara Municipal do Porto

Situado no topo da Avenida dos Aliados, a principal da cidade, ergue-se o majestoso edifício da Câmara Municipal. Foi em 1920 que a sua construção se iniciou, vindo a prolongar-se por quase 50 anos. O projecto foi inspirado arquitectonicamente nos grandes palácios comunais do Norte da França e da Flandres, o edifício fazia lembrar o estilo municipalista flamengo, com uma torre central que atinge os 70 metros de altura e um relógio de carrilhão, mais acima quatro pórticos de duas altas colunas dóricas de cada lado antecedem o fecho de remate metálico.
O custo da obra foi orçado em 55 mil contos, o que na altura foi considerado uma pequena fortuna. O edifício é composto por uma cave, seis pisos e pátios interiores, ocupando uma área de 2.438 m2 .
Construído em granito proveniente das pedreiras de S. Gens e Fafe, sendo os restantes materiais: betão armado, mármores de diferentes cores e madeiras de carvalho e sucupira. Todo o edifício é guarnecido com amplas portas, janelas e varandas sendo rematado por um entablamento com balaústres e jarrões apoiados em cariátides geminadas de tradição grega.



Em frente da porta principal e enquadrada pela rampa encontra-se a estátua de Almeida Garrett, inaugurada em 1954 para comemorar o primeiro centenário da morte insigne autor. De entrada no edifício deparamos com uma vastíssima escadaria em granito que permite o acesso ao andar nobre, aqui encontram-se quatro afrescos que além de decorar o recinto evocam personalidades da nossa História sendo elas: D. Afonso Henriques, primeiro rei portucalense, o Infante D. Henrique, promotor dos descobrimentos, Afonso Martins Alho, burguês do Porto medievo e negociante do primeiro tratado comercial com a Inglaterra(1353) e Camilo Castelo Branco, o novelista boémio. Na varanda deste andar encontram-se ainda quatro estátuas simbolizando as riquezas do Norte de Portugal: a Terra, o Mar, a Vinha e o Trabalho.
Entre outras divisões salientamos o Salão dos Passos Perdidos, todo em mármore negro, onde se pode admirar duas estátuas, símbolos bem característicos de um povo trabalhador, a Honra e a Concórdia.




A sala de recepções oficiais, Sala de D. Maria, foi majestosamente decorada merecendo especial referência uma oleografia de D. Maria, a mesa que se encontra no centro constituída por 10 corpos e com pés de leão e os dois sumptuosos candelabros de cristal de Veneza.
A Sala de Reuniões tem a decora-la, em tapeçarias, símbolos da vida do Porto e suas figuras mais características ao longo da sua existência multissecular, a famosa Noite de S. João e uma alegoria à produção e comercialização do ilustre Vinho do Porto. A torre central é composta por uma escadaria de 180 degraus, que uma vez escalados nos permitem desfrutar de uma visão deslumbrante sobre a cidade.