sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Grandes Artérias da Cidade: Rua de Santa Catarina

A Rua de Santa Catarina está situada na freguesia de Sto. Ildefonso, bem no coração da baixa portuense. É a grande rua comercial do Porto, pois aqui pode-se encontrar qualquer tipo de estabelecimento comercial, desde a área da restauração ao comércio tradicional, estando também presentes as grandes cadeias de pronto-a-vestir, tudo isto numa rua de 866 metros.
Esta rua foi planificada pelos irmãos Almada em meados do século XVIII, estando esta rua inserida no projecto de reestruturação da cidade do Porto da autoria destes. Actualmente esta rua começa na Praça da Batalha e acaba na Praça do Marquês de Pombal.

Rua de Santa Catarina

O nome desta “artéria” comercial inicialmente era “Rua da Bela Princesa”, porém esse nome foi mudado para “Rua de Santa Catarina” em homenagem a Catarina de Alexandria, que pouco tempo antes tinha sido canonizada e que tem actualmente uma capela situada na esquina entre esta mesma rua e a rua Fernandes Tomás, a “Capela de Santa Catarina” ou como o povo portuense lhe chama “A Capela das Almas”.

Como já foi dito mais acima esta rua compreende nela vários estabelecimentos de renome internacional, tais como a Zara (sendo esta a 1º loja da cadeia Zara a abrir fora de Espanha, em 1988), a FNAC e a C&A, estando situados no antigo edifício dos “Armazéns Nascimento”, o Café Majestic, um dos principais cafés do Porto a nível turístico, o Grande Hotel do Porto, hotel onde Eça de Queirós ficava albergado, local que também ficou conhecido por ser onde a ultima Imperatriz do Brasil morreu e, também por ter sido onde o primeiro-ministro, Afonso Costa foi barricado aquando da revolução de 1917 liderada por Sidónio Pais. Como grandes pontos desta rua também temos o centro comercial do grupo Sonae Sierra, o “Via Catarina”, feito na antiga sede do jornal “O Primeiro de Janeiro”, o Salão de Chá Império, conhecido por ter os melhores rissóis de toda a cidade do Porto, a Livraria Latina, uma livraria com mais de 100 anos de história e a ourivesaria Reis & Filhos, denominada de instituição de renome pela Câmara Municipal do Porto.

Rua de Santa Catarina no Inverno

Aqui viveram grandes homens de letras, como escritores, poetas e jornalistas como:

· Arnaldo Gama, romancista que, para além das inúmeras obras que escreveu, também fundou vários jornais portuenses, como “Jornal do Norte”

· António Nobre, outro romancista que tem como o seu grande êxito literário, a obra “Só”, escrita em Paris em 1892

· Camilo Castelo Branco, conhecido pelos seus excelentes livros e pelas suas inúmeras relações amorosas, por vezes tumultuosas

· Guerra Junqueiro, um verdadeiro homem dos sete ofícios, já que era deputado, político, jornalista, escritor, poeta, advogado e alto funcionário administrativo; é considerado um dos principais impulsionadores para a revolução de 1910, que veio a originar a implantação da república.

Podemos concluir que esta rua é uma das principais ruas, não só do Porto, mas mesmo de Portugal. Está cheia de histórias e factos interessantes e aqui encontram-se inúmeros estabelecimentos de renome.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Ponte D. Luiz

Constituída por dois tabuleiros metálicos, que se destinavam a fazer a ligação rodoviária entre Vila Nova de Gaia e o Porto. Tem de comprimento cerca de 395 metros e de largura 8 metros, compostos por 5,5 metros de faixa de rodagem e 1,25 metros de passeios. A obra foi adjudicada a 28 de Novembro de 1881, por concurso aberto e foi o engenheiro Teófilo Seyrig quem ficou encarregado pelo projecto.

A construção desta ponte permitia a passagem da estrada real vinda de Lisboa até às províncias do Norte e do Norte do País, tendo constituído umas das obras de maior envergadura no plano rodoviário realizado pelo monarca, Luiz I. A ponte D. Luiz, construída ao lado do local onde existiu a antiga Ponte Pênsil tem os dois tabuleiros sustentados por um imponente arco de ferro e por cinco pilares.


Ponte D. Luiz
O arco é formado por duas curvas parabólicas divergentes. O tabuleiro superior apoia-se nos encontros de cantaria e nos três pilares de cada margem do rio. Na sua totalidade foram gastos 3000 toneladas de ferro, sendo que deles 172 metros são de corda e 45 metros são de flecha, componentes do arco da ponte. O tabuleiro superior foi inaugurado a 31 de Outubro de 1886, dia do aniversário natalício de el-rei D. Luiz, ao qual assistiram, para além desautorizardes governamentais, as autoridades municipais administrativas e religiosas da cidade do Porto e de Vila Nova de Gaia.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Grandes Artérias do Porto: Praça da Batalha

A Praça da Batalha situa-se na freguesia da Sé. Esta praça foi urbanizada em 1861 e o seu nome é toponímico isto é, tem origem num acontecimento que ocorreu nesse lugar, provindo este de uma batalha travada no século X, entre os Portuenses e os Sarracenos de Almançor, que terminou com a derrota dos portuenses e a consequente devastação do povo desta cidade.

Apesar de tudo, a sua localização foi sempre dada a factos importantes. Em 13 de Fevereiro de 1919, um esquadrão da Guarda Republicana pôs fim à Junta Governativa, também chamada como a “Monarquia do Norte”, um dos últimos órgãos monárquicos do nosso de Portugal. Mais tarde, em 1927, as forças republicanas liberais, que se haviam revoltado em 3 de Fevereiro, aqui ficam entrincheiradas e foram obrigadas a submeter-se ao general das Forças Armadas de Portugal, Passos e Sousa.


A Batalha à noite

A estrutura desta praça apresenta uma configuração muito irregular. No lado nascente, em direcção à Rua de Sto. Ildefonso, situou-se outrora o cinema Águia D’Ouro, hoje em dia já desactivado. Logo ao lado encontra-se o cinema Batalha, conhecido como o cinema portuense dos filmes classe B, isto é, os filmes de menor qualidade ou como são chamados na gíria cinematográfica, os filmes anti-Hollywood. No lado poente, destacam-se vários cafés e hotéis: o café Chave de Ouro, o Hotel Holiday Inn e o Hotel da Batalha, à entrada da Rua Cimo de Vila. Do lado Sul, no centro da praça, está o monumento a D. Pedro V, o monarca mais querido pelo povo portuense, tendo esta obra sido dirigida pelo escultor Teixeira Lopes pai. Este monumento é artisticamente modesto, representando, acima de tudo, a afeição da cidade, já referida acima no texto, pelo monarca. Também se destaca neste lado o edifício do Teatro de S. João, construído entre 1912 e 1918, no local onde tinha existido o famoso teatro de ópera com o mesmo nome, destruído por um incêndio em 1908.

Palácio da Batalha

O local foi durante muitos anos um dos nós de trânsito com mais tráfego na cidade, encontrando-se actualmente liberta das grandes vagas de trânsito, devido à criação de percursos alternativos. Um dos imóveis mais notáveis desta praça é a antiga estação Central dos Correios, Telégrafos e Telefones (recentemente restaurada). Trata-se de um edifício brasonado dos fins do século XVIII, que tinha já havia sido o Palácio da Batalha nesse mesmo século.Nos anos 80 a praça foi completamente remodelada, sendo que o projecto previa que a praça seria uma área exclusiva para peões, porém esta não se conseguiu libertar do conceito de ser um dos nós de trânsito mais importantes da cidade, continuando a haver circulação automóvel neste local.

Em conclusão, podemos discernir que apesar dos desastres do século X e de 1908 esta praça é de boa memória para Democracia e Povo portugueses

Ponte da Arrabida

A Ponte da Arrábida foi a segunda a ser construída para a circulação rodoviária. A ela está intimamente ligada a construção da auto-estrada que faz a ligação entre o Norte e Sul de Portugal, constituindo uma das obras de maior importância para o desenvolvimento de todo o País. Não foi no entanto possível fazer a ligação da auto-estrada à ponte D. Luís, uma vez que esta já se encontrava, tal como a vemos hoje, sobrecarregada com um tráfego intenso, motivado sobretudo pela expansão demográfica do distrito do Porto e do Concelho de Vila Nova de Gaia.


Por este motivo era necessária a construção de uma nova ponte sobre o Douro e o local escolhido foi, entre o morro do Candal, em vila nova de gaia e o da Arrábida, no Porto. Quer o projecto, quer a direcção foram da autoria do Professor Engenheiro Edgar Cardoso. E, a 22 de Junho de 1963 é inaugurada a Ponte da Arrábida, sendo considerada uma das mais longas do mundo no seu estilo, arqueada e em cimento armado. O comprimento total do tabuleiro é de cerca de 615 metros, tendo uma largura de 27 metros. Inicialmente o tabuleiro possuía dois viadutos de acesso e duas faixas de rodagem independentes, duas pistas para ciclistas, dois passeios e um separador central.

Vista lateral da Ponte

Actualmente todas as características funcionais se alteraram excepto os dois passeios para peões, uma vez que o número de faixas de rodagem que foi alargado para três de cada lado e as pistas para ciclistas desapareceram. Os dois arcos que formam a abóbada são ocos para reduzir o peso e estão unidos por ligamentos em diagonal, criando mais estabilidade transversal. O tabuleiro é sustentado por pilares assentes sobre os arcos. Podemos ainda admirar, e, para alguns recordar, as quatro pilastras localizadas quase nas extremidades da ponte que alojaram em tempos elevadores e monta-cargas de acesso ao dito tabuleiro. O custo total desta obra orçou em cerca de 240 milhões de escudos, isto é, 48 115 680 000 de euros. Nela foram gastos 2 0000 toneladas de cimento e perto de 59 000 m3 de betão. Quanto à parte dos varões e do aço laminado utilizado têmaproximadamente 4500 toneladas, no conjunto total das duas partes.


Palácio de Cristal


O Palácio de Cristal foi um antigo edifício que existiu na freguesia de Massarelos, na cidade do Porto, em Portugal. Inaugurado em 1865, o Palácio de Cristal original acabou por ser demolido em 1951 para dar lugar ao Pavilhão dos Desportos, hoje Pavilhão Rosa Mota.

O Palácio de Cristal, da autoria do arquitecto inglês Thomas Dillen Jones, foi construído em granito, ferro e vidro, tendo o Crystal Palace londrino por modelo. Media 150metros de comprimento por 72 metros de largura e era dividido em três naves. A sua construção iniciou-se em 1861, sendo inaugurado em 18 de Setembro em 1865 pelo rei D. Luís.

Palácio de Cristal

Foi concebido para acolher a grande Exposição Industrial Internacional do Porto e da Península, organizada pela então Associação Industrial Portuense, hoje Associação Empresarial de Portugal. A Exposição Industrial, para além de contar com a visita oficial do rei D. Luís, de Dona Maria Pia e do príncipe herdeiro, contou ainda com 3.139 expositores, dos quais 499 franceses, 265 alemães, 107 britânicos, 89 belgas, 62 brasileiros, 24 espanhóis, 16 dinamarqueses e ainda representantes da Rússia, Holanda, Turquia, Estados Unidos e Japão.

Em 1933, o edifício e os respectivos jardins foram adquiridos pela Câmara Municipal do Porto. Ao longo dos seus 86 anos de existência, o Palácio de Cristal acolheu muitas mais exposições, nomeadamente a Exposição Colonial, inaugurada em Junho de 1934. Desta exposição sobrevive o Monumento ao Esforço Colonizador Português, actualmente colocado no topo oeste da Avenida do Marechal Gomes da Costa.

Fundação de Serralves

A Fundação de Serralves, no Porto, é uma instituição privada de utilidade pública que tem como missão sensibilizar e interessar o público para a Arte Contemporânea, a Paisagem e o Ambiente. Criada em 1989, pelo Estado Português, conjuntamente com empresas públicas e privadas, e particulares, a Fundação de Serralves é uma associação inovadora entre o Estado e a Sociedade Civil no domínio da produção cultural, contando hoje com cerca de 130 fundadores.

Vista de frontal do Museu de Serralves
A Fundação compreende o Museu, a Casa e o Parque de Serralves. Instalado num edifício projectado pelo Arquitecto Álvaro Siza, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves foi inaugurado em 1999 e apresenta uma programação de exposições com base em artistas e momentos fundamentais da arte das últimas décadas. O Parque, de 18 hectares de singular beleza, tem um importante papel na promoção da qualidade cultural e ambiental da Cidade do Porto, constituindo-se simultaneamente como um lugar que convida à livre deambulação sob a copa das árvores que ensombram as suas áleas.As actividades do Museu e do Parque de Serralves reflectem-se
Igualmente nas propostas do Serviço Educativo e do Serviço de Artes Perfurativas, fundamentais para a prossecução da missão da Fundação junto de públicos de todas as idades.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Alfândega do Porto



O local da casa da Alfândega que actualmente conhecemos não foi o seu ponto primitivo de origem, uma vez que o primeiro edifício ficava na ermida de S. Nicolau, por de trás da Fonte Taurina. Nela eram guardadas as mercadorias provenientes dos barcos. O seu mandatário foi D Afonso IV, em 1354, no entanto só anos mais tarde, em 1406 aproximadamente o rei D. João I lhe acrescentou um anexo onde funcionava a Casa da Moeda, onde veio também a funcionar a primeira Casa da Bolsa e do Comércio do Porto.

Em 1677, por ordem D. Pedro II a Casa da Alfândega foi reedificada, cenário que se repetiu em 1787.Segundo antigas tradições os reis costumavam alojar-se nesta Casa aquando das suas passagem pelo Porto. É este o motivo que leva certas pessoas a defender que foi nesta Casa que nasceu o Infante D. Henrique em 1394, durante uma das estadas da família real no Porto. Sendo daqui proveniente a designação de Casa do Infante pelo qual passou a ser conhecida a casa da Alfândega Velha.



Contudo o desenvolvimento da cidade e o crescente tráfego fluvial e marítimo, já considerável no final do século XIX ditaram a incapacidade de permanecer a Alfândega Velha como alfândega da cidade, sendo necessária uma nova mais espaçosa e moderna. E entre recursos insuficientes que apenas adiaram o inevitável a nova Alfândega foi mandada edificar a 25 de Setembro de 1859, na praia de Miragaia.

Em 1869 foram inauguradas as novas instalações, embora ainda não totalmente prontas. A ideia do edifício incluía não só as infra-estruturas para a entrada e saída de mercadorias mas também diversas estruturas de apoio como: armazéns, vias, plataformas giratórias que facilitassem o movimento de vagões e guindastes.

Este grandioso edifício, com duas fachadas, uma voltada para o rio e outra para a rua. Este foi construído sobre uma plataforma artificial que encobre a antiga praia de Miragaia e disfarçando as alfurjas (armazéns subterrâneos laterais).


Nos dias de hoje o edifício da Alfândega não tem já a mesma função de outorga, departamentos do Estado que actuam como instrumentos de política económica, de segurança e de defesa do património nacional e que têm por objectivos fiscalizar todas as mercadorias que entram e saem do país, arrecadar os direitos, impostos ou taxas cuja cobrança esteja a seu cargo e velar pela boa aplicação das leis e regulamentos aduaneiros, o grandioso edifício mostra agora ao publico os transportes da cidade e realiza outros eventos culturais e governamentais como o da Cimeira Ibero-Americana que se desenrolou no ano passado (1998). Os serviços que se desenvolviam neste edifício passou para novas instalações em Pedras Rubras, junto ao aeroporto Sá Carneiro.

As Grandes Artérias do Porto: Praça da Ribeira

A Praça da Ribeira está situada na freguesia da Sé, estando assim, situada no coração da antiga cidade e bem no centro da actividade comercial desenvolvida à volta do rio. Seria, assim, natural que esta praça merecesse, desde sempre, as atenções dos responsáveis pela urbanização da cidade.

Esta praça foi renovada no século XVIII, tendo sido o seu projecto de reestruturação da autoria de João de Almada e Melo, o grande reformador urbanístico da cidade e governador das Armas do Porto (grande cargo militar na antiga monarquia portuguesa). Este projecto foi um dos mais arrojados na história arquitectónica do nosso país, estando nos planos do arquitecto dar à praça uma configuração semelhante, embora de menores dimensões, à da Praça do Comércio, de Lisboa, construída na mesma época pelo marquês de Pombal, primo de João de Almada, seguindo-se a abertura da Rua de S. João, para ligar a zona ribeirinha ao largo de S. Domingos e, daqui, à parte alta da cidade (dada a sua localização perto do rio).






A praça projectada era de planta rectangular, simétrica, fechada a Este, a Sul e a Poente por construções em arcada e, aberta apenas a Norte pelas ruas de S. João e dos Mercadores, sendo também de arcada o prédio entre estas ruas. A Sul, a Praça seria fechada pela Muralha Fernandina, sendo aberta interiormente por uma série de nove arcos, mas tapados pelo lado do rio pela parede da muralha, à excepção do último, à direita, onde se situava a Porta da Ribeira, para dar acesso ao cais e à já extinta Ponte das Barcas.


No centro da praça, seria construído um chafariz arquitectonicamente enquadrado nas construções do conjunto. Inicialmente, não estava prevista a construção da fonte monumental na fachada do prédio do topo norte da praça; mas, em 1784, dois anos antes da morte de João de Almada, essa fonte já estava em construção, em vez das arcadas previstas para o prédio que liga as duas ruas, tendo esta sido restaurada em 1940. Porém, a realização total do projecto foi impedida, pelo que este ainda começou a ser concretizado, já que em 1821, com a demolição do pano da muralha fernandina na Ribeira, ficando a praça completamente alterada, sendo ladeada por construções sem qualquer articulação de conjunto tal como hoje a praça se apresenta.



Devido a todas estas circunstâncias, o Porto perdeu a sua réplica do Terreiro do Paço e os portuenses perderam uma continuada varanda sobre o rio. Em 1940, no âmbito das obras planeadas pelo ministro Duarte Pacheco para a marginal do Douro desde a Ponte D. Luís até à Foz, o arquitecto Ricca Gonçalves chegou a elaborar um estudo para um novo arranjo da Praça da Ribeira. Segundo esse projecto, o traçado da estrada marginal seria deslocado para o lado do rio e ficaria, assim, assente num suporte em arcada, projectando-se também um varandim em consola sobre o rio. Ainda neste estudo, o interior da Praça da Ribeira formaria uma unidade arquitectónica em que a fonte seria o elemento central. Porém, este projecto voltou a ser impedido de realizar! A Praça da Ribeira é uma das mais antigas do Porto. Situada no coração da antiga cidade e bem no centro da actividade comercial desenvolvida à volta do rio, era natural que esta praça merecesse, desde sempre, as atenções dos responsáveis pela urbanização da cidade.Hoje em dia, esta praça é um dos principais postais de visita da cidade, sendo todos os estabelecimentos comerciais circundantes a esta praça da área da restauração e da hotelaria. Para além disso, este é o sítio de concentração popular nas alturas da festa de S. João e nas celebrações de passagem de ano. Por fim é de salientar que o DJ Tiesto, considerado um dos melhores DJ’s do mundo, actuou nesta praça, no “Sagres Porto Festival”. Esta actuação começou às 19:00h e acabou às 6:00h e juntou milhares de pessoas.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Igreja de S. Francisco

A Igreja de S. Francisco, situada na Rua da Alfândega, tem para os portuenses e turistas que nos visitam um interesse semelhante ao da majestosa Catedral da cidade, a Sé. Considerada monumento nacional, dentro das suas paredes são celebrados as mais requintadas. Celebrações entre as quais se destacam os casamentos, pois a constituição da igreja convida à doce imagem dos contos de princesas. A Igreja fazia parte do conventos dos Frades Observantes de S. Francisco e a sua construção foi incentivada pelo Papa Inocêncio IV, em 1244, no entanto só mais tarde é que foi mandada edificar, terminando a sua construção nos princípios do século XIV.

De visita à constituição da arquitectura do templo, comecemos pelo topo da fachada principal. Nele destaca-se uma belíssima rosácea formada de colunas radiantes com capitéis lavrados cercados por molduras crescentes. Descendo um pouco, deparamo-nos no centro com a imagem de S. Francisco, instalada num nicho. Lateralmente deparamos com um friso adornado de modelações com uma coluna sardónica de cada lado, pousadas em pedestais e acompanhadas por colunas torcidas em espiral. Chegados ao portal, em estilo jesuítico dos séculos XVII – XVIII, que permite a entrada para o templo podemo-nos regalar a beleza das colunas sardónicas com capitéis coríntios, acompanhados de pirâmides que o ladeiam.



De entrada no templo encaramos com um estilo gótico, revestido de talha dourada barroca e rococó, dos séculos XVII e XVIII, que se estende aos tectos, pilares, arcarias e retábulos dos altares fazendo crer ser «toda de ouro». Com uma constituição de três naves, sendo a mais alta a central que faz a ligação através de absidíolos com as naves laterais. As naves têm dez intervalos de arcos ogivas apoiados em colunas fasciculadas de capiteis lavrados com motivos vegetais e animais. O transepto situado entre o corpo da igreja e a capela-mor, transmite luz para o interior do templo dando-lhe uma aparência cruciforme. A capela-mor é coberta por uma abóbada ornamentada em relevo lavrado. O coro datado do século XVI é sustentado por dois arcos, um em cesta e outro em ogiva abatida. Na fachada sul do templo encontramos um outro portal, este em estilo gótico emoldurado por uma espécie de esferas e formado por três arquivoltas.

Na traseira da nave abre-se um óculo preenchido por uma cruz hexalfa formada por dois triângulos equiláteros cruzados com uma moldura de esferas semelhante à do portal da fachada sul. As três naves têm cobertura em madeira. Só a capela-mor e as duas capelas absidiais são abobadadas em aresta, com forma poligonal. Das capelas circundantes destaca-se a de S. João Baptista pelo seu estilo manuelino, situada no braço direito do transepto, salientando-se um portal também manuelino com arco de volta plena, coberta por uma abóbada com nervuras e florões. Nas paredes os azulejos do século XVIII e no retábulo datado do século XVI uma pintura representa o Baptismo de Cristo no rio Jordão.